terça-feira, 27 de março de 2012

A depressão é uma puta e hoje eu tenho dinheiro.

Minha vontade era lhe dar um 'boa noite' seco, vesti-lhe a meia que por mania usava antes de dormir, beija-lhe a testa e calar, sim calar a minha boca estúpida pra sempre.
Ao vê-lo chorar no pé da cama não senti pena, nunca consegui sentir pena. E se tivesse sentido alguma vez eu teria ido embora.
Aquela maldita sempre vinha quando eu também estava triste. O envolvia de uma maneira que meus braços nunca conseguiram fazer.
Suas mãos rapidamente se engatavam naquele peito pouco cabeludo e rapidamente ele sentia o desconforto, sentia o 'está faltando alguma coisa'. Ela beijava-o tirando o sorriso dele, ela sempre queria tortura-lo.
Mas eu... só consegui chorar, chorar e odiar aquela puta que faz ele esquecer da gente, dos nossos banhos, dos nossos carinhos, das nossas noites de sexo quente, de como eu o beijo, do meu sorriso ao vê-lo chegar. Ela nunca deixa ele pensar na gente.
Quando ela aparecia nada disso estava presente, ao tocar-lhe os lábios ela deixava um gosto, que parecia eterno, de insatisfação naquela boca tão linda que ele tem. E os olhos verdes dele rapidamente viravam chamas.
Embora eu suplicasse por dentro pra ele não esquecer de pensar na gente a puta fazia ele lembrar somente de uma coisa: do espelho dele.
Mesmo que a minha vontade fosse somente calar a boca eu não calei e mansamente sussurrei em seus ouvidos:
"o nosso amor é mais importante que ela!"

Foi então que ele sorriu daquele jeito que sempre que o faz eu me apaixono mais, me abraçou forte e não me largou.

Então quando ela viu desapareceu tão rápido que eu nem sei se existiu.

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