sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Feliz ano velho

Mais uma vez ela achou que seria 'diferente'.
Com a mesma euforia abriu suas gavetas, escolheu o melhor vestido e se pintou. Colocou um laço vermelho na cintura e a cara ela deixou pálida para ver se realmente ele ia gostar dela ou de como ela estava.
As flores naquela época se mostravam mais vivas, e não tinha dedo de primavera nenhuma. Apareciam bromélias grotescas, mas belas. Tão belas que só ela viu.
Carinhos, promessas, planos, tudo acontecendo como sempre tinha acontecido.
Sorrisos demais, um cuidado especial em conservar aquele começo belo.
Foi bem difícil, já que os dois de diferentes tinha tudo. Mas foi bom, foi bom pra ser ruim depois.
Ela, mesmo louca, aceitava ouvir um conservadorismo-machista.
Ele, se autocertificava todo dia que era o cara pra ela, mesmo não aceitando metade dos seus palavrões... talvez por causa dos elogios que ela tecia.
Andaram assim mesmo, distante-perto, andaram querendo ficar juntos.
Mas de novo o safado do fim encontrou-a e tirou mais uma vez seu instante de paz.

Logo agora, que mais uma vez achou que seria diferente, que tinha tudo pra dar certo, que blá blá blá.

Notou no final respostas e planos e resultados com gosto de deja vu.
O começo foi igual e o fim também... igual a todos os outros começos e fins passado.

Resolveu então mais uma vez pensar, repensar e repetiu "da próxima vez vai ser tudo de diferente".

Nenhum comentário:

Postar um comentário