domingo, 22 de abril de 2012

"o mundo se acabando e você tomando coca-cola, seu filho da puta!"

e toda vez que ele entrava na sala dela sabia o que ia encontrar.
Aquela previsão nunca fez mal a ele, o abraço apertado, o pulo no seu colo, um monte de beijos em sua face, ela explodia só de saber que ele estava ali pronto para amá-la.
Dessa vez nada tinha a ver com carência, é porque ela sabia exatamente que ele tinha chegado em um momento que existia até amor de outro.
Chegou e chegou bem, não foi daquelas chegadas mansas, pedindo permissão, nem se quer falando 'licença, preciso entrar a-go-ra'.
Sua chegada foi espalhafatosa igual como era a moça.
Diferente das outras histórias onde nunca sabia porque certos caras tinham aparecido na vida dela (o questionamento era no momento presente que eles estavam), ela sabia exatamente porque ele se distraiu no texto e do palco viu a doce menina olhando encantada por ele.
Sabia a Doce que não se tratava da iluminação, do som, das cortinas do teatro, aquele rapaz que representava tão bem um retrato abstrato de um dramaturgo louco se distraiu nos olhos da moça com os olhos vibrantes.
Suas mãos suavam, e ela notou que ele havia errado. Ninguém mais notou, talvez o erro tenha sido só para os dois, um erro seguido de um acerto, de duas almas juntas no camarim, onde ela sem titubear foi cumprimentá-lo.
Agora era assim que eles se viam, sempre envolto dos mistérios do teatro onde ela sempre quis estar... e a sala que ele entrava, já prevendo o que aconteceria, era a sala onde ninguém nunca ousou entrar, por medo puro medo.
O rapaz entrou espalhafatosamente, não querendo saber o que tinha atrás da porta pulou a janela sem nem se quer bater, sem receio nenhum de ao menos encontrar o monstro do medo de amar.

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