segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não um poema. Um trecho.

Sabe?! Acredito haver pessoas que são pontes.
Ligam pessoas, coisas, circunstâncias...
Acredito ser um desses.
Talvez eu seja alguém que não seja o fim de alguém.
Talvez eu não seja o destino de alguém.
Talvez eu seja uma passagem.
Um estágio.


Pode ser que eu seja trafegável. Não seja estacionável.
Pode ser que eu seja transitório. Não seja perpétuo.
Pode ser que eu seja provisório. Não permanente.
Pode ser que eu seja um abrigo. Não uma casa.
Pode ser que eu seja um ponto. Não a estação.
Pode ser que eu seja “um”. Não “o”.
Pode ser que eu não seja. Eu esteja.
Pode ser que eu não more. Eu me hospede.
Pode ser que eu não seja uma viagem. Eu seja um passeio.
Pode ser que eu não seja um descanso. Eu seja uma pausa.
Pode ser que eu não seja uma Novela. Eu seja uma Mini-Série.
Pode ser que eu não seja um sonho. Eu seja uma lembrança.
Pode ser que eu não seja um filme. Eu seja um curta.
Pode ser que eu não seja uma música. Eu seja vinheta.
Pode ser que eu não seja um livro. Eu seja um folheto.
Pode ser que eu não seja uma foto. Eu seja um rabisco.
Pode ser que eu não seja férias. Eu seja folga.
E em nada disso há menosprezo.
Porque se sou isso, serei o melhor isso de tudo isso na vida de alguém.
Quantas vezes for preciso.
Até o fim.


[Rodrigo Souza]

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