sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O luto de um coração delicado

Quando chegou o novo dia e a terra cheirava a molhada resolveu mudar as coisas.
Achou que tudo aquilo se acabaria após um banho frio na cabeça, um chá de passiflora, e um blues de fundo.
O corpo queria pular da cama, mas o coração não deixava e insistentemente dizia "eu não posso, não consigo". E o corpo cedia por dias ficando ali extasiado.
A vontade de comer tinha passado, os calmantes não davam jeito, e o sono só aparecia quando queria.
Era intensa até na hora de sofrer e o pobre do coração que sofria mais. Sofria por ter tentado, se arriscado, sofria por ter se lançado para tentar salvar a quem amava e por instantes via que não tinha conseguido o ideal: se salvar.
De vez em quando o coração tinha espasmos e dizia que tava bem, que isso foi apenas mais uma teimosia. Mas quando passava mais de 2 horas consciente lentamente ia caindo por onde estivesse, sem se importar se as pessoas iam se assustar de vê-lo ali caido e violentado. E o corpo com paciência o pegava no colo e dizia: "vamos, campeão! não se entregue."
A maior luta do coração era pensar, (sim, esse coração pensava... nos outros)abster-se de vontades, de descontrole. Então tentava a sorte em roletas russas, e não é que o danado até da morte ganhava, mas não ganhava do que parecia mais fraco: a ilusão.
O futuro ninguém tinha previsão, pois embora o corpo acreditasse que aquele pequeno levantaria as vezes duvidava também e o deixava perceber... E as coisas corriam todas por entre os dedos sem que desse tempo de por a mão embaixo pra tentar salvar.

Sobre o coração, eu dona deste blog, não o entendo, não aceito tanto mal estar. A vida é bela, e tem tantos corações querendo abraçar o tal delicado.
Mas ele só consegue me olhar e dizer "você não sabe a dor que é ser como eu sou".
Eu sorrio, sonho com ele feliz, e escrevo sobre. Mas não me divirto com a dor, afinal...

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