terça-feira, 12 de julho de 2011

Piromaníaca.

Crava as unhas longas e pintadas de um vermelho-tomate nos braços dele e grita:
-Bora, fala, diz que você escreveu isso pra mim!
Ele não se assustou, apenas revirou os olhos e tentou tirar as mãos dela do seu braço.
Ela não queria esperar mais, não aguentava ler aquelas coisas que se encaixavam tão bem com a relação dos dois, e não suportava mais o desejo de tê-lo.
-Não foi pra ti, talvez isso que tu sintas é somente um desejo que eu escrevas pra ti, mas tu não me inspiras!

O despertador toca e ela pula da cama. A menina que na noite passada tinha ido dormir desejando que todos os contos de amor do seu escritor preferido tivessem sido feitos para ela acordou assustada, mas decidida!
Juntou todas as folhas imprensas em papel barato com aqueles contos escritos de maneira peripatética e ateou fogo em tudo enquanto resmungava:
"estou queimando isso tudo, porque nada disso foi pra mim! estou queimando isso tudo, porque nada disso foi pra mim..."

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