segunda-feira, 4 de julho de 2011

A origem.

No principio saiu de casa e a chuva insistia em cair só na cabeça dela. Ela viu que não era bom, mas seguiu mesmo assim. Era o primeiro dia.

Resolveu comprar um guarda-chuva. Ela viu que não era bom, qualquer vento o tecido vermelho já se soltava dos arames e balançava pelo ar e a molhava inteira. Seguiu mesmo assim. Era o segundo dia.

Já sem muita sorte a chuva que apareceu foi aquela surreal chuva de canivetes. "Poxa vida, que droga. Tudo acontece comigo". Ficou toda cortada. Era o terceiro dia.

Precisava sair todos os dias, não precisava, queria sair todos os dias, e naquele dia a chuva era fraquinha. Quando colocou a cabeça pra fora de casa, ainda com os ferimentos expostos, sentiu uma ardência do álcool que a aquela chuva trazia deslizar no seu corpo. Nossa como ela se contorceu ao sentir aquilo, mas precisava! Era o quarto dia.

Arrasada após todos esses infortúnios do tempo, ela não desistia. Saiu então de casa, sem guarda-chuva e com chuva de granizo caindo em sua cabeça. Era o quinto dia.

Sem forças continuava a sair de casa no mesmo horário, pegava as chaves e o casaco, toda machucada, mas ia! Naquele dia foram chuviscos e a esperança que as coisas podiam melhorar. Era o sexto dia.

No sétimo dia viu que aquilo tudo era bom, se acostumou e descansou pensando: "quanto drama eu fiz nessa última semana...".

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